O jornalista João Paulo Guerra, de 82 anos, morreu domingo em Lisboa devido a doença, informou à Lusa fonte próxima do radialista.

João Paulo Guerra estava morto no Hospital Curry Cabral há algum tempo, disse a fonte, recordando o último cargo que ocupava através do jornalista, o de ouvinte de rádio pública.

João Paulo Guerra iniciou a sua carreira na rádio, mas também foi jornalista de imprensa, trabalhou na televisão e escreveu uma dezena de livros.

Segundo as biografias publicadas através dos seus editoriais, o jornalista trabalhou profissionalmente na Rádio Renascença, tendo depois ingressado no ramo de informação da antiga Rádio Clube Português, onde deixou a carreira relacionada com sistemas de informação e revistas, que se destacou na área. da década de 1960 até outros posteriores, como PBX e Tempo Zip.

João Paulo Guerra Baptista Coelho Vieira nasceu em Lisboa, em abril de 1942, e iniciou-se no jornalismo aos 20 anos, carreira que interrompeu durante o serviço militar em Moçambique. A sua mãe foi a fundadora da revista “Crónica Feminina”.

Foi redator e repórter da antiga Emissora Nacional (1974) e chefe do Gabinete de Estudos e Planeamento do Departamento de Programas da Rádio, do qual foi autor de Rádio Difusão Portuguesa (1974-75).

Correspondente em Lisboa da Rádio Nacional de Angola (1976-1977), membro da equipa fundadora da Telefonia de Lisboa (1985-1987), editor e repórter da TSF – Rádio Jornal (1990-96) e da Central FM (1996).

Na Antena 1 foi responsável pelo programa “Os Reis da Rádio” (2005-2006) e, durante mais de dez anos, desde 2006, pela “Revista de Imprensa”.

Nos jornais, entre outros títulos, trabalhou com a sua equipa em Mosca, suplemento de fim-de-semana do Diário de Lisboa, produzido na altura por Luís Sttau Monteiro.

Trabalhou também no telejornal noturno A Capital e no suplemento Cena 7, República e Musicalíssimo. É também chefe de redação do Notícias da Amadora (1972-74), membro da redação de O Diário (1979-79). , que dirigiu de 1989 a 1990, além de ser colaborador permanente dos jornais O Jogo, Público e do semanário O Periódico.

É também editor-chefe e editor sênior do Diário Economia.

Escreveu vários livros, sobretudo sobre investigação jornalística, como “Memórias das Guerras Colonialis”, “Savimbi Vida e Morte” e “Decolonização Portuguesa — O regresso das caravelas”, entre outros títulos, em estilo crónico, como “Polícia e Ladrões”, “As flechas voltam a atacar” e “Diz-se que é um tipo de democracia”.

“Romance of a conspiracy” e “Irritable Hearts”, a chamada através da qual o transtorno de estresse pós-traumático foi identificado pela primeira vez, são outros de seus livros, ambos obras de ficção.

Na televisão trabalha basicamente para a SIC como argumentista e repórter. No teatro, adaptou o romance “Claraboia”, de José Saramago, encenado pela companhia A Barraca, com uma atuação por meio de sua irmã, a atriz Maria do Céu Guerra.

Ao longo da sua carreira jornalística ganhou uma dezena de prémios, a Casa da Imprensa, o Prémio Gazeta do Clube de Jornalistas, o Prémio Nacional de Reportagem do Clube de Jornalistas do Porto, o Prémio de Reportagem Radiológica do Clube Português de Imprensa.

Em 2010 ganhou o Prémio de Mérito Gazeta e, em 2014, o Prémio Igrejas Caeiro da Sociedade Portuguesa de Autores, para distinguir personalidades da rádio.

Entre 2017 e 2021 foi ouvinte de rádio pública.

Quando publicou “Corações Irritáveis”, em 2016, João Paulo Guerra disse à editora portuguesa que o seu livro “é sobre a guerra, porque a guerra tem tantas consequências que até a democracia em Portugal é o resultado da guerra”, afirmou. que apareceram os homens que criaram a democracia. Mas também existem muitos ‘corações irritáveis’ e feridas que nunca cicatrizaram”.

“Há guerras que nunca terminam e por mais acordos de cessar-fogo que sejam assinados, há um cessar-fogo que todos têm consigo e que não é assinado”, disse mais tarde à Lusa. “Mas este e-book é para mim meu cessar-fogo. “

Conteúdo diário dos assinantes do Correio da Manhã Exclusives.

(enviado diariamente)

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Mousart

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